Quer se trate dos clássicos spaghetti ou dos menos comuns formatos regionais, não há dúvidas: os italianos são os maiores consumidores de massa do mundo, com mais de 23 quilos anuais consumidos per capita. Mais de 1 em cada 2 italianos (54%) come massa todos os dias, com o almoço sendo a refeição preferida para 8 em cada 10 (fonte: análise Nextplora 2024). E se no exterior são justamente os spaghetti o formato mais popular quando se trata de saborear a culinária italiana, em solo nacional a variedade de escolha é extremamente alta.
No sul da Itália, cerca de 7 em cada 10 italianos (68%) comem massa todos os dias, contra mais de 4 em cada 10 do noroeste (43%). Segundo um censo da Unione Italiana Food, dos 500 formatos de massa existentes, cerca de 200 são receitas regionais documentadas. Curta ou longa, lisa ou riscada, cheia ou furada: os diferentes nomes e as várias linhas contam territórios, cultura popular, técnicas de produção, arte e fantasia do fabricante de massa e, sobretudo, um produto sempre acessível e transversal. Cada região, cada campanário tem sua receita símbolo, cada italiano tem sua preferida. E considerando que cada região tem, em média, entre 7 e 10 receitas de massa típicas com outras tantas variantes territoriais, o número exato é praticamente impossível de censar.
Não são apenas os formatos que são diferentes, mas também as maneiras de cozinhar a massa, cada uma com seu resultado diferente. Aqui estão as cinco principais:
Existe uma espécie de sétima cocção, uma tostagem a meio caminho entre massa risottata e massa frita, que tem seu emblema em um prato típico da zona de Bari, mas cada vez mais popular também no resto da Itália e além-fronteiras. Estamos falando dos chamados spaghetti all'assassina, um dos pratos símbolo da culinária pugliese. Sua origem está ligada à restauração local e à criatividade de alguns cozinheiros que queriam dar uma reviravolta à clássica massa ao tomate. O nome "assassina" parece derivar da picância do prato e do seu sabor intenso e chamuscado, que pode resultar quase "letal" para quem não está acostumado a sabores fortes. A receita foi transmitida no âmbito familiar e nos restaurantes até se tornar um verdadeiro culto gastronômico com direito a uma Academia dell'Assassina, criada para preservar a tradição e promover o método original de preparação. A particularidade do prato está no método de cocção: os spaghetti são cozidos crus diretamente na frigideira sem fervura prévia e risottados com um caldo de tomate que os faz cozinhar lentamente enquanto formam uma crosta crocante. A frigideira de ferro é considerada essencial para obter a reação de Maillard correta, que confere aos spaghetti sua característica consistência e sabor ligeiramente defumado.